Tráfego para empresas e negócios locais: um guia atualizado para 2025
Quer fazer um negócio local conseguir mais vendas, sem enrolação, sem fórmulas engessadas? Então vamos direto ao ponto.
Esquece aquela história de que só vende quem está bem localizado ou com fachada bonita. O que realmente move as vendas de um negócio local não tem a ver com sorte ou vitrine: tem a ver com estratégia.
Na prática, são três pilares que sustentam qualquer negócio local de sucesso: qualidade no que você entrega, uma proposta de valor bem definida e um atendimento que realmente conquista o cliente. Sem isso, nenhum anúncio vai fazer milagre.
Por isso, neste conteúdo vamos direto ao que interessa:
Como transformar seu atendimento em uma máquina de conversão;
Como usar o Google Meu Negócio para atrair clientes de forma orgânica;
Estratégias com influenciadores locais (sim, isso funciona!);
E claro, como configurar campanhas realmente eficazes no Google Ads e no Meta Ads.
Anota aí, porque as dicas que vêm a seguir podem mudar o rumo das vendas dos negócios locais – para os quais você vai fazer tráfego pago.
OS PILARES DE UM BOM NEGÓCIO LOCAL
Primeiro, vamos falar desse que deixa muita gente com preguiça.
Atendimento
Sem choro. Tem que ser bom. Todo empreendimento físico precisa prestar atendimento — seja no balcão, no WhatsApp ou por ligação. E se esse atendimento for ruim, o investimento em tráfego não vai se pagar.
"Ah, Pedro! Mas isso não faz parte do meu trabalho como gestor de tráfego!"
Agora, com essa informação, você tem a responsabilidade de orientar o seu cliente a cuidar da experiência de atendimento.
Porque, repito: tráfego pago não realiza milagres.
O problema é que muitos donos de negócios pensam que basta “trazer tráfego” para filtrar clientes ricos e prontos para comprar. Spoiler: isso não existe!
Se o atendimento for ruim, o possível cliente não fecha. Quem recebe esse contato precisa ter habilidade para converter.
Mas afinal, o que é um bom atendimento? Precisa ter algumas habilidades pra ser assim considerado.
- Agilidade: responda rápido.
- Objetividade: antecipe dúvidas, evite troca excessiva de mensagens.
- Escrita correta: revise ortografia e gramática (use ferramentas, até o ChatGPT ajuda).
- Personalização: trate o cliente pelo nome, leia o histórico da conversa.
- Humanização: fale como se estivesse cara a cara, usando a linguagem adequada ao público.
- Espelhamento: adapte seu estilo de comunicação ao do cliente.
- Moderação: evite áudios longos e blocos enormes de texto; seja leve e claro.
- Destaque o essencial: use negrito ou itálico no WhatsApp para facilitar a leitura.
- Praticidade: envie informações importantes (PIX, endereço, telefone) em mensagens isoladas.
- Clareza: evite jargões e termos técnicos desnecessários.
- Respeito: não force intimidade.
- Equilíbrio: cuidado com o excesso de emojis e figurinhas.
- Proximidade real: use foto de uma pessoa real no atendimento, não o logo da empresa.
- Foco no problema: ajude o cliente a encontrar a melhor solução.
- Acompanhamento: se o cliente sumir, faça um follow-up.
- Habilidade comercial: saiba apresentar bem a solução.
Além disso, configure o WhatsApp Business com recursos automáticos: Configurações → Ferramentas comerciais:
Mensagem de ausência (defina horários e público-alvo);
Mensagem de saudação (conecte com o anúncio de origem);
Respostas rápidas (até 50 atalhos):
- /agradecimento
- /dados (ex: contrato social, documentos dos sócios...)
- /pix
- /endereço
- /cardápio
- /produto1
- /coleção
- etc.
Etiquetas:
- Novo cliente
- Novo pedido
- Pagamento pendente
- Pago
- Pedido finalizado
- (adicione etiquetas conforme a necessidade)
E mais: tenha controle do funil de vendas para não perder contatos por falta de retorno (use um CRM).
E nunca se esqueça: faça perguntas para manter o diálogo ativo. E acompanhe quem deixou de responder!
Boa oferta
Muitos empresários acreditam que basta anunciar para gerar vendas — mas, se o produto não entrega o que promete, o público não vai comprar. É essencial garantir um produto que funciona e que é relevante.
A oferta precisa ser interessante: o que está sendo entregue e por quanto. Para isso, é necessário analisar os concorrentes e entender se o preço praticado faz sentido no mercado.
Não adianta cobrar R$50 em um hambúrguer comum enquanto o concorrente vende por R$30 e ainda inclui batata frita.
Então, ao assumir um projeto com um negócio local, estude a concorrência.
Monte uma planilha (ou documento) com informações como preços, serviços, produtos e padrões de atendimento (inclusive copiando e compilando mensagens trocadas com outras empresas). Entregue esse material ao seu cliente como parte da consultoria.
Tráfego pago significa atrair pessoas com potencial de compra.
Produto de qualidade
Essa é a base de tudo. Se o produto é ruim, não tem tráfego, oferta ou atendimento que resolva.
Você pode anunciar com a melhor segmentação do mundo, usar influenciador local, fazer criativo com copy persuasiva e ainda assim... Aí ninguém vai comprar. Ou pior: até compram uma vez, mas nunca mais voltam. E ainda saem falando mal.
Produto de qualidade não significa algo caro, luxuoso ou complexo. Significa que entrega o que promete. Que resolve o problema do cliente. Que atende às expectativas (ou supera!).
Exemplo prático: se você anuncia uma marmita "caseira e bem servida", mas entrega comida sem tempero e mal embalada, o cliente vai se sentir enganado. E tráfego nenhum consegue corrigir a frustração de quem se decepcionou.
Então, antes de rodar anúncio, oriente o seu cliente a fazer o básico bem feito:
O produto realmente funciona?
Está de acordo com a descrição na oferta?
A apresentação (embalagem, limpeza, visual) é boa?
Alguém testou e recomendou?
Há avaliações positivas reais?
Dá vontade de comprar de novo?
Reforce isso com seu cliente. Às vezes o problema não está no tráfego, mas na qualidade do que está sendo oferecido.
Lembre-se: o tráfego é uma vitrine. Mas o produto é o que faz a pessoa voltar. E o que sustenta um negócio local no médio e longo prazo é a recompra — não só o clique.
Considerando que atendimento, qualidade de oferta E qualidade de produto são três pilares pro seu negócio funcionar, isso também significa que, além do tráfego pago SOZINHO não fazer milagre, ele precisa estar alinhado com outras equipes, como a equipe comercial.
Essa venda, essa capacidade de fazer uma boa oferta e manter o posicionamento do seu produto como um produto de qualidade no mercado, TAMBÉM é responsabilidade do time comercial. Então é uma boa ideia você saber, desde já, como esses times precisam estar alinhados para terem bons resultados em suas respectivas responsabilidades. Por isso, fica a dica pra você favoritar esse texto e depois começar a leitura desse artigo, que fala justamente desse tema.
Dica extra: saiba usar o Google Meu Negócio. O que é isso?
Tem um curso completo ensinando a configurar e otimizar o seu perfil no Google Meu Negócio.
Você vai precisar preencher as seguintes informações:
Nome da empresa;
Categoria principal de atuação;
Categorias secundárias;
Produtos (com nome e descrição nas imagens);
Serviços oferecidos;
Publicações com fotos e descrições (postagens semanais);
Avaliações e respostas aos comentários;
Citações ao site da empresa;
Sessão de perguntas e respostas;
Descrição da empresa (utilizando palavras-chave relevantes).
A configuração é simples. Basta acessar: https://business.google.com/create e seguir o passo a passo fornecido.
MONTANDO PARCERIAS
Tá, você vai precisar saber otimizar campanhas, mas, antes disso, você pode pensar em QUEM você deve convidar e QUEM pode te ajudar a passar adiante o conhecimento sobre o seu negócio. Que pode te ajudar a ter mais autoridade, mais visibilidade e até formar uma comunidade.
Para isso, você pode chamar influenciadores locais pra serem seus parceiros.
Eu classificaria eles em dois grupos:
1. Influenciadores que ainda não são seus clientes.
Mapeie pessoas da sua cidade com um mínimo engajamento (entre 5k e 10k seguidores);
Use a busca por localização no Instagram para encontrar perfis relevantes (em "Locais" → "Publicações mais populares").
Depois de identificar um influenciador:
Estabeleça uma rotina para envio de produtos;
Envie uma carta escrita à mão (com letra legível);
Personalize a carta com informações sobre o influenciador (faça a lição de casa);
Sempre mencione o @ do seu negócio na mensagem.
Se ele ou ela repostar, inicie uma conversa para propor uma parceria.
2. Influenciadores que já são seus clientes.
Muitos negócios têm clientes que são micro influenciadores.
Nesse caso:
Identifique quais têm audiência relevante;
Envie brindes adicionais junto ao pedido;
Entre em contato propondo uma colaboração.
Depois disso, você vai avançar.
MONTANDO ESTRATÉGIAS
Montando campanhas.
Esse tópico vale MUITO dar uma boa estudada. Por isso, antes de começar, eu já vou te deixar sugerido dois outros artigos pra você ler de uma guinada só, assim que acabar esse aqui. Um fala dos sete erros mais comuns que gestores cometem montando campanhas de tráfego pago (e, obviamente, te ensina como evitar esses erros) mas tem outro muito útil também no mesmo tema, sobre como escalar de uma maneira bem completa o resultado das suas campanhas. Pode salvar esses dois e continuar os estudos depois, que você vai sair sabendo MUITO mais em poucos minutos de leitura.
Mas, falando em como você vai montar campanhas para empresas e negócios locais, vamos dividir nas plataformas que você vai seguir com essas mesmas campanhas:
1. Google Ads
Campanha 1 – Pesquisa.
Você vai usar a minha famosa estratégia “bolo de cenoura fofinho” — funciona muito bem para 90% dos negócios locais (desde que tenham um site).
Segmentação por palavra-chave:
Marca + Cidade: Exemplo: "Loja X São Paulo";
Intenção de compra + Produto ou Serviço + Cidade: "Contratar advogado em Curitiba";
Palavras com intenção de compra:
Comprar;
Adquirir;
Pedir;
Encomendar;
Contratar;
Orçamento;
Agendar;
Obter;
Delivery;
Curso;
Serviço;
Outros pontos:
Agende os anúncios dentro do horário comercial do negócio;
Defina a área geográfica com base na localização da empresa;
Direcione os cliques para uma landing page ou cardápio online;
Use o Keyword Planner para entender o custo por clique e foque no serviço mais rentável caso a verba seja limitada;
A página precisa ser eficiente: foco em ser bem carregada e funcional em celular, CTA visível logo de cara, boas promessas, localização, depoimentos, diferenciais, quem somos, garantias, objeções e FAQs.
Crie um checklist com todos esses pontos para garantir qualidade.
Campanha 2 – Anúncio Smart vinculado ao GMN.
Ideal para empresas locais que ainda não anunciaram no Google.
Passos:
Acesse o GMN do cliente que nunca utilizou Google Ads;
Clique para anunciar;
Escolha “Perfil da empresa”;
Preencha os campos solicitados e conclua.
A ferramenta cuida do resto. Simples assim.
Campanha 3 – Performance Max + Visitas físicas.
Campanha avançada, mas poderosa.
Procedimento:
Acesse o Google Ads;
Vá em “Ferramentas” > “Central de dados”;
Conecte o perfil do Google Meu Negócio;
Vá em “Campanhas” > “Recursos”;
Selecione “Local”;
Clique em “+”;
Escolha “Nossos endereços” e continue;
Verifique os dados e salve;
Crie a campanha Performance Max.
Configuração:
Clique em “Criar” → “Campanha”;
Escolha “Visitas à loja e promoções”;
Insira a URL final;
Selecione como meta “Solicitação de rotas”.
Após alguns dias, a meta “Visitas físicas” será liberada. Atualize a campanha para focar nessa meta.
Você vai precisar de recursos visuais e textos (imagens, vídeos e títulos).
2. Meta Ads.
Campanha 1 – Impulsionamento com foco em visitas ao perfil.
Identifique quais conteúdos geram mais cliques com menor custo;
Tenha o link na bio ativo;
Combine com uma campanha de pesquisa no Google para conversão direta.
Campanha 2 – Estratégia WAR para WhatsApp.
Campanha dentro do Gerenciador de Anúncios, voltada para mensagens.
Configuração:
Segmentação: Raio de 1km ao redor do negócio ou em locais estratégicos;
Público: Envolvimento recente (quente e superquente);
Horários: Apenas durante o funcionamento do negócio;
Destino: WhatsApp, Messenger, Direct, formulário, landing page ou cardápio digital.
Campanha 3 – Alcance e Engajamento.
Direcionada a pessoas que já interagiram com o perfil da marca;
Crie uma frequência de conteúdo que mantenha o relacionamento ativo.
Dica final:
O mais desafiador no marketing local é mostrar ao dono do negócio como os anúncios funcionam.
Conteúdos que funcionam bem:
Bastidores da empresa;
Como chegar no seu comércio;
Montagens de fotos (mosaicos);
Ambientes do local;
Rotina e bastidores;
“Procura-se” (vagas ou oportunidades).
P.S.: Sempre mencione a cidade nos seus anúncios.
CONCLUSÃO
Impulsionar as vendas de um negócio local vai muito além de rodar anúncios. Tem relação a ter, de fato, atenção total aos pilares que realmente sustentam um empreendimento: atendimento humanizado e estratégico, produto de qualidade e uma oferta que faça sentido para o público.
Por isso, quando esses pontos estão alinhados, o tráfego pago passa a ser uma ferramenta poderosa — e não uma esperança frustrada.
Ao orientar seu cliente nesses fundamentos e aplicar as estratégias certas no Google Ads, Meta Ads e Google Meu Negócio, você transforma campanhas em resultados concretos e duradouros. Negócio local de sucesso não se faz com mágica — se faz com base sólida e execução inteligente.
Bora usar essas técnicas.