7 habilidades de um excelente gestor de tráfego
Eu olhei no espelho para ver as coisas que eu faço bem feito, também olhei para os outros gestores de tráfego que eu sei que fazem bons trabalhos, e pensei:
Cara, o que essas pessoas têm? O que nós temos em comum?
Depois de observar no campo de batalha, são sete qualidades que se fazem presentes no trabalho de um bom gestor de tráfego:
Ter habilidades operacionais;
Prezar pela organização;
Ser proativo;
Saber quais são suas responsabilidades;
Ter processos de otimização;
Saber testar;
Se importar.
A primeira qualidade avaliada neste artigo é a mais básica de todas. Pois, para ser considerado um gestor de tráfego, é preciso, necessariamente, saber clicar nos botões.
1. Operacional
Um bom gestor de tráfego deve ter um operacional bom, ele precisa saber mexer na ferramenta. Esse processo envolve: criação de públicos e criação de campanhas, por exemplo.
Além de dominar a ferramenta, somente clicar no botão não faz um bom gestor de tráfego. Outras habilidades são necessárias: habilidade de comunicação para entender os objetivos, mostrar os potenciais e alinhar as estratégias com o cliente.
A seguir você vai aprender como avaliar o trabalho de um gestor de tráfego (no quesito operacional). Entenda:
Quais são as funções de um gestor de tráfego?
I. Entender os objetivos do cliente.
Esse é o primeiro ponto que o gestor de tráfego sempre precisa saber. Se o gestor de tráfego não está se comunicando direito, ele não está entendendo os objetivos do cliente.
A questão é: Como é que ele vai fazer uma campanha para chegar aonde ele nem sabe em que lugar quer chegar?? Então, primeiro ponto: é preciso entender os objetivos do cliente.
II. Mostrar para o cliente quais são os potenciais das fontes de tráfego.
O gestor de tráfego precisa passar algumas informações para o cliente, como forma de auxiliar no direcionamento da produção de conteúdo.
Informações como: ?é possível a gente fazer esse tipo de anúncio?, ?é possível a gente fazer um anúncio de enquete nos Stories?, ?é possível a gente fazer um anúncio com três vídeos nos Stories?, ?é possível fazer um anúncio de 2 minutos no YouTube?.
III. Alinhar as estratégias que vão ser utilizadas para chegar no objetivo do cliente.
Apesar de não ser o estrategista digital, o gestor de tráfego deve participar e estar ciente da estratégia para entender e discutir com o cliente como o objetivo será alcançado.
Por exemplo, quando o cliente me diz o seguinte: ?Pedro, quero fazer um milhão de pessoas assistirem ao CPL 1.? Beleza, este é o objetivo dele.
Assim, eu tenho que mostrar para ele quais são esses objetivos da fonte de tráfego. Então, o que nós fazemos? Alinhamos as estratégias para chegar no objetivo. Para isso, responder às seguintes questões fazem parte do alinhamento:
? Que tipo de material de divulgação será necessário?
? Quem vai fazer esse material: é o gestor ou é o cliente? Isso tem que ser alinhado.
? Quanto de dinheiro será investido?
? Durante quanto tempo esse dinheiro será gasto?
? Quais são as metas? Quais são as metas que compõem esse objetivo? Tem mais de uma meta? É uma só? Esse tipo de alinhamento sempre tem que ser feito. Se alinhamento não é feito, o trabalho não está sendo bem feito, beleza?
IV. Ser um gestor de tráfego.
Faz parte do trabalho: criar, coletar, analisar e otimizar campanhas ? parte operacional. Também tem a habilidade da comunicação, e diversas outras que sustentam bons relacionamentos.
Como avaliar se o gestor de tráfego é bom? O que eu te recomendo: se há um investimento na faixa de 50 mil por mês ou mais, é muito válido contratar uma consultoria de um bom gestor de tráfego, alguém que se destaca no mercado para simplesmente fazer uma avaliação se o operacional está sendo bem feito.
V. Criar relatórios.
Esse tema será abordado na próxima grande habilidade (organização).
VI. Alinhar ligações em períodos pré-determinados para realinhamento de estratégias.
Revisar constantemente o item 1.1., 1.2. e 1.3. Para entender os novos objetivos, para mostrar os novos potenciais da fonte de tráfego ? novas descobertas e alterações, e para fazer o alinhamento de estratégia.
VII. Deixar muito bem claro que tráfego não faz milagre.
Achei genial uma coisa que o meu amigo Bruno Picinini postou outro dia, foi o seguinte: Se o que você oferece é, cientificamente falando, uma bosta, o seu marketing também será uma bosta. Ou seja, coloque isso na sua cabeça: o tráfego não faz milagre.
O cliente faz a página, a copy do vídeo, a oferta, o produto, atende o aluno etc. isso que eu chamo de: ?chutar para o gol?. Tráfego é trabalho de meio-campo.
Tráfego melhora o resultado? Com certeza. Mas faz milagre? Ou vira o jogo? Na maioria das vezes, se todo o resto está ruim, o tráfego não causa efeito nenhum.
Vamos ao próximo passo? Tão fundamental quanto a parte operacional, a organização é um diferencial em um bom gestor.
Desde o início do meu trabalho como gestor de tráfego eu prezo por uma boa organização. E quando eu comecei a expor isso, a maior parte maior parte das mensagens que eu comecei a receber foram de pessoas agradecendo nesse sentido: Nossa cara, eu organizei o meu gerenciador de anúncio e a minha vida mudou.
2. Organização
Basicamente, a organização é dividida em dois pontos: nomenclatura e relatórios. Busque o maior número de "sim" para as questões apresentadas a seguir.
Agora, se você perceber que não está correspondendo às seguintes expectativas, saiba que é um gestor de tráfego um pouquinho pior do que você pensava, tá?
Nomenclatura:
Ao simplesmente abrir o gerenciador de anúncios, é possível enxergar se há ou não uma organização. É na nomenclatura que você pode encontrar algumas características da campanha, por exemplo: qual é o objetivo e o que está sendo divulgado.
Imagina o nome desta forma: "kjahdfkjashdfjkas". É possível saber o que é essa campanha? E o criador responde: Sei, eu criei ela ontem?, beleza. Mas se você tem 20 dessas? no mesmo estilo, uma foi criada há três meses atrás, outra foi criada ontem e outra semana passada, isso está longe de ser organização.
Se o nome da campanha é só BR 18+?, beleza, talvez eu consiga ver que a campanha está sendo anunciada para o Brasil e para pessoas que têm mais de 18 anos.
Só que o que está sendo divulgado nessa campanha aqui? Um vídeo? É o que? É um e-book? Eu estou fazendo lead? Infelizmente, sem uma boa nomenclatura, essas perguntas ficam sem resposta. Então, é necessário haver nomenclatura em dois lugares:
1) Nomenclatura de campanhas, conjuntos de anúncio e anúncios;
2) Nomenclatura de públicos;
O cliente pode solicitar a abertura do gerenciador para verificar se há uma organização e para ser mais criterioso, e pode questionar os seguintes pontos:
Eu consigo encontrar um filtro do valor gasto em testes?; O valor gasto no último lançamento??;?O valor gasto em distribuição de conteúdo?. Então, das duas, uma: ou o gestor de tráfego vai se embananar, vai passar meia hora pesquisando, ou ele vai conseguir fazer o filtro e trazer o resultado.
Essas são as perguntas que você vai fazer para ele sobre nomenclatura de campanhas. Agora, para verificar se há nomenclatura de públicos, faça a seguinte pergunta: Temos uma estrutura nomenclatura de públicos?
Você pode se perguntar: Pedro, porque há necessidade de fazer toda essa verificação?? Isso serve como uma segurança para o seu próprio negócio.
Pode ser que o gestor de tráfego que trabalha hoje na empresa, seja demitido no mês que vem. O que acontece? O novo prestador de serviço vai ter que começar do zero? Não é preciso. Basta cuidar deste quesito.
Outro ponto: Saiba que é possível obter o tamanho do público dos envolvidos com o perfil do Instagram nos últimos 30, 60, 90, 180, 365 dias. E você também pode verificar essa questão com o gestor de tráfego. Se este confirmou que tem uma estrutura de públicos criada.
Além disso, quais outros dados podem ser obtidos? O tamanho do público de video view 75% - 60 dias, por exemplo; ou quando foi feita pela última vez à atualização dos públicos.
Relatórios
Estar em dia com os relatórios também faz parte da rotina de trabalho do gestor de tráfego, para saber se este processo está funcionando bem, eu separei as seguintes questões:
- Onde eu consigo ver os relatórios do meu último lançamento?
- Nós temos planilha os resultados de cada um dos vídeos da nossa distribuição de conteúdo?
- Nós temos planilha o resultado dia a dia das nossas captações de leads?
- Existe um relatório mensal do que é feito?
- Tem um relatório de gasto total por fonte de tráfego?
- Eu consigo saber quanto que a gente gastou no mês passado no Facebook, no Instagram, no Google, no YouTube?
Isso parece besteira, mas é um cuidado, é um carinho que se tem com o que está sendo feito e isso reflete no trabalho. Por fim, avalie se esse relatório é bem feito da melhor maneira ou de qualquer jeito.
Porém, claro que não é assim: O relatório está mal feito. Demite o cara, óbvio que não. Isso aqui são perguntas para te guiar e para identificar possíveis falhas do teu gestor de tráfego. Ou, você, como gestor de tráfego, identificar onde que pode ser melhorado.
Saiba que, para além de organizados, bons gestores de tráfegos são proativos.
3. Proatividade
Como descobrir se o gestor de tráfego é proativo? Eu separei aqui algumas perguntas:
"Qual foi a última vez que o teu gestor de tráfego sugeriu alguma mudança em alguma coisa?";
"Qual foi a última vez que o gestor solicitou alguma coisa? Qual foi a última vez que o gestor de tráfego solicitou um criativo, uma mudança no site?"
O gestor de tráfego é o grande responsável por encher o saco do Expert: solicitando, solicitando, solicitando, e solicitando mais.
Se o seu gestor de tráfego não está constantemente pedindo criativo, pedindo vídeo, pedindo material para o designer, pedindo uma mudança de site, uma mudança de uma url, uma atualização na página um teste ao abrir uma página etc. Cara, ele não é um bom gestor e ponto, tá?
Por outro lado, se o cliente perceber que tem um gestor de tráfego pouco proativo, o líder pode e deve incentivar mais ação, mais proatividade no outro.
Nem todo mundo vai nascer pronto. Incentive o gestor de tráfego a ser proativo!
Não basta conhecer a parte operacional, ser organizado e proativo. Um bom gestor de tráfego carrega dentro do peito a responsabilidade (responsabilidade: é a habilidade de responder), habilidade de responder ao chamado, consegue responder às demandas.
4. Responsabilidade
Para avaliar esta grande qualidade, observe no mínimo esses três pontos:
I) Quando acontece uma cagada no tráfego, o gestor de tráfego acha uma desculpa/justificativa ou ele aceita o que ele fez de errado e aprende a não errar mais?
Quando há uma crítica ao gestor de tráfego, ele aceita crítica ou não? Ele sempre acha uma justificativa, ele sempre acha uma desculpa, ele sempre tem um porquê?
Aprenda uma coisa: se você está errado, vai lá e aceita e mata no peito. Diz assim: ?Eu errei. Eu fiz cagada. Não vai mais acontecer?. E isso é uma atitude nobre, atitude de alguém que vai prestar um bom trabalho.
O problema é o cara ficar achando desculpinha e justificativa para os erros que está cometendo.
As pessoas não gostam de estarem erradas, mas responsabilidade é a habilidade de responder aos teus erros, responder pelas cagadas que está fazendo. Então essa é a primeira coisa que tem que se questionar.
II) Quando questionado sobre resultados, estratégias, métodos e operacional, o gestor consegue responder com clareza ou ele se enrola todo e não fala nada?
Um bom gestor de tráfego sabe o que está fazendo.
III) Qual foi a última cagada que você fez na minha conta?
Se todas as vezes o gestor responder que não fez nenhuma cagada, tem algum problema: ou ele não está sabendo analisar o que ele tá fazendo direito, ou então ele não tem responsabilidade.
Parte de não saber responder essas questões está relacionado à insegurança com o próprio trabalho. E você pode se perguntar: ?Pedro, como você consegue ser tão seguro com as responsabilidades??
Eu posso afirmar que eu sei direto o que tenho que fazer porque eu tenho um processo de otimização, porque está escrito o que eu preciso fazer.
5. Processo de otimização
No processo de otimização, duas grandes questões devem estar claras:
"Como é organizada a rotina de otimização?";
"Como você sabe a frequência que precisa otimizar cada campanha? Cada aspecto da campanha?".
Observe os seguintes itens: lances, públicos, criativos, palavras-chave, canais, lance do canal, lance do dispositivo e programação. Pergunte ao gestor: "Quando foi a última vez que você otimizou isso?" Ele pode dizer: "Não lembro. Beleza, "Quando é a próxima vez então?".
Ao anunciar no display, na pesquisa, no YouTube, no Facebook, o gestor deve ter na planilha, na organização dele, as datas de otimização dessas coisas. São muitos dados, ninguém consegue lembrar de tudo.
Se alguém falar que lembra de tudo é mentira. Todo mundo precisa de uma mínima organização para saber o que tem que ser otimizado e quando tem que ser otimizado.
Para verificar se isso está sendo realmente feito, acessar o histórico de alteração das campanhas pode te mostrar:
No Google Ads: clique no nome da campanha; mais (+); histórico de alterações.
Se tiver zerado, é um cenário ruim! Sempre tem o que otimizar. Sempre tem o que melhorar nas campanhas. É trabalho do gestor de tráfego melhorar as campanhas.
No Meta Ads: selecionar campanhas; editar; apertar no botão do reloginho; ver histórico.
O que você deve ter em mente quanto aos processos de otimização: quase nenhuma campanha pode ficar 10 dias sem otimização.
Quase nenhuma. E se tiver 10 dias sem otimização, o gestor precisa explicar o motivo. Explicou o motivo? Coloca na agenda.
Depois de 10 dias, cobra o gestor: Seu Fulano, passou mais 10 dias e aquela mesma campanha e a gente não mudou nada lá. O que está acontecendo? Você não está otimizando essa campanha por quê?
Por que não tem nenhuma alteração? Se eu contratar o Sobral aqui para ver nossa conta, será que ele não vai dizer que tem alguma coisa que a gente poderia fazer nessa parada aqui?
É possível notar que o trabalho do gestor de tráfego é constante. Além de trabalhar nos processos de otimização, um bom gestor de tráfego está constantemente testando também.
6. Testabilidade
Testabilidade é a grande habilidade dos grandes gestores de tráfego. O teste pode ser feito com pouco dinheiro, por isso, às vezes não é nem mesmo necessário (por parte do gestor) pedir uma verba para fazer os testes.
Um bom líder chega ao gestor de tráfego e sugere: "Vamos fazer uma rotina de teste? Vamos fazer um teste por mês".
Eu vou te dar uma verba X por mês, para você fazer um teste todo mês. E todo mês você vai vir aqui vai me dar um relatório de que teste que foi feito, como que foi feito, qual foi o resultado, o que que tu descobriu. Às vezes não se descobre nada.
Porém, se uma vez por mês, o gestor apresentar um resultado de teste, eu garanto que ele estará na frente de 99% dos gestores que estão no mercado porque ninguém faz isso.
Para encerrar este assunto, será apresentada a última e mais importante qualidade de um bom gestor de tráfego. Pois um bom gestor é aquele que vibra quando os resultados estão bons e se entristece quando os resultados estão ruins. Isso é se importar.
7. Se importar
Quando as campanhas não estão performando bem, eu estou incansável, solicitando criativo, testando, otimizando, perguntando para o dono do negócio como é que a gente pode melhorar, ah, grava um vídeo assim?, sugerindo, incomodando.
Um bom gestor de tráfego não é só um cara analítico racional, como dizem por aí. Ele se importa, ele reporta, ele sugere, ele solicita, ele questiona.
Mas tenha claro que o modelo apresentado neste artigo é ideal. É o que devemos buscar ser como cliente ou como gestor de tráfego. Mas vamos voltar para a vida real, às vezes as situações não saem como planejado, então não vire o maluco do checklist.
Não cometa o erro de exigir a perfeição desses pontos todos imediatamente, se você descobriu agora que vários pontos estão deixando a desejar.
Tenha um pouco de razoabilidade e habilidade de gestão. Isso eu aprendi com a Priscila: "gerir pessoas é um constante apertar e afrouxar". Se só apertar, quebra. Por outro lado, se só afrouxar demais, você está largando, ou melhor, está delargando.
Então, ser um bom gestor de gestores é saber puxar de lados opostos, é saber apertar e saber afrouxar, saber chegar junto. Organizem uma reunião por mês, não precisa estar todos os dias em cima, exigindo que ele te explique cada centavo investido.
Não, não faz isso. Deixe o gestor fazer o trabalho dele. Mas tenha o conteúdo deste artigo como um mapa.